sábado, 12 de maio de 2012

Sábado preguiçoso de sol outonal...



O sábado acordou preguiçoso, solzinho bonito, mas com vento friozinho de outono-invernal, o que não impediu que eu - com meu lindo tamanquinho de borboleta - escolhesse um vestido bem bonito, comprido, florido, para sair e buscar o livro que encomendei na semana passada.

Dentro do apartamento estava bem mais quentinho do que na rua, mas o ventinho não me intimidou, me dei conta de que chovera na noite anterior… Não vi nada!!!

As folhas pelo chão sinalizavam, a estação do desvestir das árvores. Subi pela entrada Primavera do viaduto da Borges em direção a antiga rua da Igreja, agora Duque de Caxias, a nossa Duque… Caminhei observando as fachadas que gosto tanto, o Everest, o Museu Julio, a Catedral e a praça. Não sentia frio, algumas senhoras passavam por mim, já encasacadas e me olhavam como se eu estivesse profanando a estação….

Me olhavam com certo ar de reprovação pelo atrevimento de sair com jeito primaveril e não estar apropriadamente vestida para reverenciar o senhor hibernal que se anunciava no vento…

Definitivamente, não sentia frio. Atravessei a praça, crianças se balançavam no parquinho, cachorros corriam em torno dos donos, meninos deslizavam em seus velozes skates, em torno do monumento a Julio de Castilhos, finalmente, o Teatro, o nosso São Pedro, que anunciava tantas apresentações que não poderei assistir, entre as quais a que mais lamento, será a de Vitor Ramil… amo de paixão!!! Mas não será possível… não desta vez!!! Que pena!!

Rumo em direção a antiga rua da Ladeira, hoje General Câmara, para resgatar o livrinho encomendado ao “meu” querido livreiro Mauro, que nunca nos deixa na mão, sua livraria, a nossa livraria: “Ladeira Livros”…

Chego, dou bom-dia a todos. Mauro não está. Ana atende. Hugo conversa… E eu, a relapsa, troquei o cartão de crédito pelo cartão do Zaffari!!!! Resultado, pagarei o livro só na semana que vem… tudo bem tenho crédito na casa!!

De volta à rua, penso em descer a ladeira, mas desisto e retorno pelo mesmo caminho, teatro, praça, catedral, museu, viaduto… Penso em "Z", de Costa Gavras, ou coisa semelhante... 


Descendo o viaduto, dá uma vontade de fotografar aquele sol, naquelas ramas das árvores, captar qualquer coisa dessa estação… não consegui, nada me chamava a atenção, até que olhei para o chão e vi minha silhuteta refletida pelo sol e resolvi captar a imagem…


Comprei morangos na banca de frutas da esquina e segui pelo Caminho dos Antiquários, uma das vantagens de morar no centro antigo da cidade. Adoro olhar aquelas peças, várias delas teriam seu lugar reservado no meu apto, sobretudo as estantezinhas de livros e as escrivaninhas!!!! Ah… (suspiro)!!!! Não dá… ainda!

Percorro cadeiras de palhinha, namoradeiras, cabideiros, louça inglesa (de procedência garantida!), bibelôs (de autoria definida), mesinhas de centro e de lateral, poltronas, espelhos bisotados e tantos outros artigos desejados… olho, admiro, passo a mão, suspiro… não dá, ainda!!!

Passo em frente ao prédio em que moro, e sigo resoluta em direção à feira… penso em comprar uvas, aquelas grandes, vermelhas, que estouram na boca quando a gente morde e que têm sementes enormes… adoro!!!

A Feira vista da minha janela

Na feira, vou olhando todas aquelas delícias de doces e salgados, penso no que farei para o jantar, sendo que nem tomei café da manhã ainda, e já é meio-dia…

Tudo bem, as uvas estão muito caras e penso que já comprei morangos, passo em frente a banca de massas caseiras e elas acenam para mim e me convidam a pensar que poderia fazer um belo macarrão… pois, é um esboço de ideia…

Não compro a massa ainda, vou em frente, e vejo tomates perfeitos para o molho, são esses mesmos! Volto e pego o talharim, adiante encontro as cebolinhas e os temperos verdes, há que encontrar o manjericão, macarrão sem manjericão não tem graça!!!

Percorro todas as banquinhas de folhas e nada, até que, quase indo embora, resolvida a ir ao supermercado sanar essa lacuna, eis que passo pela banquinha que vende mudas e não tenho dúvidas: tem manjerião moça?! Sim. Comprei uma muda de manjericão para desfolhar em casa… mais fresco impossível!

Em casa, começo a ajeitar as coisas todas. Descasco as cebolas, pico os tomates, os temperos verdes todos e penso, vamos já fazer isso de um vez!!!

Música de fundo: She cantada por Elvis Costello… é o máximo!

Azeite de oliva, cebolas, refogar bem, tomates em abundância, deixar cozinhar até que esse molho vire aquilo que deve ser…

Mas falta aguma coisa… pois penso: um macarrão tão gostoso precisa de platéia, afinal, o que não existe socialmente, não existe! (lição número um da sociologia)

Ligo para um casal de amigos sempre parceiro e pergunto se já almoçaram, são 14:30, e eles estavam pensando sobre esse assunto… pois bem, convite feito e aceito!

Musica de fundo: Ain’t no sunshine, Bill Withers…

Quando chegaram tudo já estava bem encaminhado. Capra abriu o Malbec, privilégio masculino no meu entendimento, Camila ajeitava a mesa. Brinde à amizade, aos bons momentos da vida e às boas ideias compartilhadas!!!

Tudo pronto! A primeira garfada é sempre aquele suspense… segue-se o huuuummmm!!!! Isso ficou bem bom!!!! Rimos, comemos, repetimos, conversamos, tudo perfeito!!!

Seguiu-se uma pequena sobremesa com os moranguinhos e uma descoberta recente, sorvete de iogurte de frutas vermelhas… uma coisa dos deuses!!!!

Capra cansou da trilha sonora by Um lugar chamado Notting Hill e trocamos para Ney Matogrosso canta Cartola… bom demais também!!

Cafézinho, chazinho, chimarrão e mais conversa… meus amigos se foram e todos nós ficamos satisfeitos, com um dia que começou e terminou perfeito, lindo e gostoso!!!

Amanhã é dia das mães e eu estarei fazendo uma prova de concurso em Porto Alegre, não há problemas, meus filhos já combinaram comigo que, semana que vem, será o dia de comemorar que mamãe é o máximo!!

   

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