terça-feira, 7 de maio de 2013

uma reflexão sobre o que consumimos do mundo enquanto consumimos o mundo...




Nossos padrões de consumo seguem códigos de comportamento culturalmente apreendidos e nossas escolhas seguem esses modelos. Entretanto, quando analisamos o que estamos fazendo e o modo como fazemos certas coisas podemos modificar tais padrões, já que eles dependem unicamente da reprodução sem reflexão.
Talvez isso seja, em tese, mais fácil quando analisamos o que comemos ou como comemos, o que vestimos ou os lugares que escolhemos para frequentar, todas essas escolhas revelam quem somos e os códigos que cultivamos.
Mas quando essas escolhas recaem no campo afetivo as coisas tornam-se mais complicadas, não apenas porque estamos escolhendo, mas porque também somos ou não escolhidos, e aí residem muitos nós!
Também consumimos pessoas nos relacionamentos que estabelecemos sejam de amizade ou amorosos, no que se refere, especificamente, a questão central desta reflexão é o modo como consumimos (e aqui a palavra consumo não fica muito bem, por isso a substituímos por: interagimos) as pessoas que nos rodeiam?
De minha parte quero apenas ficar em paz com a minha consciência em não consumir irresponsavelmente os afetos que me são dedicados, não quero incorrer no risco de consumir com o carinho que tanto prezo, ao consumir descuidadamente os carinhos que me são ofertados.
É muito fácil abusar do amor de alguém que se apaixona por nós, todos queremos ser amados, ser amado com paixão é ótimo por isso para usufruir disso é importante ter muito cuidado com o outro que espera e deve receber a reciprocidade de delicadezas e sentimentos.
Quando não nos sentimos aptos a retribuir da mesma maneira é melhor privar-se de receber... acho que é a isso que se refere a famosa frase "ame ao outro como gostaria de ser amado" ou como no imperativo catégórico kantiano "Age de tal forma que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente como meio".
Cuidemos para que o amor não seja consumido do mundo pelo nosso uso indiscriminado dos afetos das pessoas que nos amam.