domingo, 15 de junho de 2014





Je n'ai pas le temps de vous perdre...

Por quê?!




Por quê?

Tu vinhas
Chegavas
De onde?
Não sei!

embora
Seco
Breve e
Sóbrio

Tuas mãos me sorriram
Tua boca me escolheu
Teu corpo me recebeu
Tuas razões me convenceram

Por quê?

se a alegria,
a leveza e
a serenidade

partiram contigo
naquela manhã nublada

(14/06/2014)


Te fiz um poema
No trânsito
Na pressa 
No fim do dia
Te fiz o poema
que saía...

Ele dizia de idas
Eu pensava em vindas
Nas nossas vidas
Nas tuas chegadas
fiz um poema
de despedidas...

Te fiz um poema
Num final de tarde
Início de noite
No meio do caminho
Te fiz um poema
com carinho...

Te fiz um poema
Molhado
Num dia de chuva
Queria que fosse
Ensolarado
Foi só um poema
mofado...

Te fiz um poema
Suburbano
Dentro do ônibus
Um poema proletário
só um poema
otário...
(14/06/2014)


le temps d'aimer: Je t'aime




(nunca) te vi 

(sempre) te amei...

(01/06/2014)




para que nome? era bom e beijava... 
(parafraseando Quintana)
(01/06/2014)


invenção



há muito tempo já não desenho mais, minhas composições hoje resumem-se a brincar com as palavras, as ilustrações recolho-as das imagens que vou encontrando na web, este espaço ilimitado e repleto de opções, mas meu mundo interior continua sendo, como me disseram outro dia, romântico, e, talvez, este seja um dos meus grandes defeitos, não vejo o mundo e as coisas como são, vejo-os como minha alma os descreve para mim...

tu és a arte que eu invento
és a melhor parte do meu dia
minha poíesis de contentamento
já que a boa ação é seu próprio fim
és a perfeita idéia de algo
idéia boa, belo ideal, de algo inventado...

existem amores inventados.


As pessoas são concretas, reais, mas os amores que sentimos, as projeções que fazemos, as esperanças que depositamos, são profundamente inventadas. não num sentido de falsidade ou mentira é apenas a nossa imaginação que vai muito mais longe do que suporta a realidade. é como olhar-se no espelho e vermo-nos sempre jovens. é a ideia que temos de nós que não muda apesar da passagem do tempo.

Ou seja, vemos e sentimos o que queremos ver e sentir. só mais tarde é que nos deparamos com aspectos que divergem do que idealizamos. mas isso não é nocivo em si. quem já se apaixonou sabe o quanto é bom inventar o outro. imaginá-lo. enxergar apenas o que selecionamos de melhor.

A paixão é o nosso melhor olhar sobre o outro...
 (27/05/2014)


le temps d'aimer: Je t'aime





Já!
Agora!
Imediatamente!

Ihhh!
Meu coração
enguiçou!!!!

perdeu a noção
agora quer ser
meu cérebro, sem razão.

(21/05/2014)

Carpe diem





Joguei palavras ao vento
Elas voaram pela janela
Imaginei tempos melhores
Aconteceram coisas boas
Me dediquei a pensar em ti
E te encontrei em algum lugar...
Agora o que sobrou
Foi a boa sensação
Do calor do abraço
Do sabor do amasso
Da fusão no espaço
Do ofegante cansaço
Do perfume da madrugada
Do roque e da pegada
Do beijo e da cantada
De cara e alma lavada
No lilás lavanda do quarto...

(18/05/2014)

silêncio baldio




... foi embora.
ficou um silêncio baldio
na minha alma...

03/04/2014





Eu estava com todas as portas do sensível escancaradas... 
período em que visitava os escombros da memória, vivia a ruptura de um ciclo...."
(Andrea Rosas)

21/04/2014




"É possível voltar. Isso é notório e sabido.
Mas entenda que o tempo sempre torna
o ponto de partida um lugar desconhecido."
(Alexandre Gois)

07/05/2014

le temps d'aimer: Je t'aime


Cena 01 (23/03/2014): Longa jornada noite a dentro é uma peça de teatro de Eugene O'Neil que apresenta de maneira muito crua as decepções e desilusões vividas numa família, suas neuroses e conflitos. Me veio à lembrança porque as madrugadas são boas para longas conversas, elas nos permitem quase que ficar suspensos no tempo, porque a madrugada desacelera tudo que o dia torna mais rápido. Além disso, o outono, estação intimista, vinho e boa música favorecem esse tipo de experiência absolutamente imprescindível para a manutenção da boa sanidade do espírito e da mente. Enfim, eu gosto das madrugadas, das tertúlias e de exercer aquela que julgo ser a minha melhor faculdade humana: o diálogo.

Cena 02: Das (in) certezas: constatação domingueira 1: uma das coisas mais difíceis é aceitar que as pessoas, simplesmente, mudam de opinião. Temos muita dificuldade em aceitar mudanças de opinião e, no entanto, não existe maior aprendizado no tornar-se. tornamo-nos diferentes a medida que acumulamos vivências e compartilhamos experiências, esse é o percurso do ser e do tornar-se ou tornar-me o que sou...

Cena 03: Das epifanias existenciais: constatações domingueiras 2: ou de como pode surgir uma epifania existencial por causa de um pote de sorvete, as mulheres são seres extraordinários mesmo, por isso, a cada dia que passa gosto mais de ser mulher e tornar-me mulher. ou da minha capacidade de extrair felicidade de momentos absolutamente frugais, sem qualquer pretensão maior que não seja ver-me, conhecer-me mais e melhor.

Tornei-me uma surpresa para mim!