terça-feira, 24 de julho de 2012

Entre Athena e Arendt




Athena é minha severa razão
Me garante que não devo arriscar
Arendt é meu agitado coração
E me incentiva a voar...

Nesse embalo entre o ser e o querer
Me perco, me encontro e desespero
Athena sugere qu’eu volte a ler
Arendt lembra daquele qu’eu quero
(e que também me quer...)

São duas mulheres em mim
Discutem e sussurram-me ideias
Sem tréguas enlouquecem-me assim
Nenhuma revela a justa alethéia
(nem oferecem a panacéia...)

Mais que dividida estou múltipla
Sem saber a causa primeira
Tampouco a finalidade última
Desse encantamento que desatina
e me deixa sem eira nem beira

Do pathético ao pathos afetado
Sou um joguete nas mãos do tempo
O tempo que não chega, que não é passado
Que não basta, não é suficiente
e escorre apressado...

Athena é a impiedosa deusa da filosofia
Arendt é a sofrida filósofa amante
R.. é apenas uma mulher em agonia...
que cisma e sente
a humana condição de desejante...

E Clio? me acompanha clemente e
valente à distância...

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