sábado, 2 de junho de 2012

Pré, pós, ex…



Pois é agora o Doutorado acabou!

Acabou a “desculpa” para não fazer outras coisas, não ligar para os amigos, não assistir filmes com os filhos, não ver novela, não sair à noite, ou nos feriados, enfim, acabou a desculpa para não viver.

Tudo bem, só tem um detalhe, agora é preciso arranjar um emprego de verdade, desses que a gente tem hora para entrar e para sair, que tem que ter produtividade e risco de ser mandado embora caso não gostem do que tu fazes ou de ti.

Agora sou uma jovem doutora, e isso me faz lembrar uma piada bem comum por aqui que é, pegue o teu diploma ou todos eles, no caso até agora são três, e mais R$ 2,75 e podes chegar de ônibus ao centro da cidade!!!!!

Pois é, um título não paga as contas. Dá, segundo alguns, alguma distinção. Vamos ver.

Acabou o pós ou a pós, alguns fazem “o” pós – mestrado e doutorado -, outros fazem “a” pós – a especialização -, mas o que normalmente distingue esses seres é que os que fazem “a” pós já têm emprego, enquanto que os que fazem “o” pós, na maioria, ainda não têm.

Sou desses que ainda não tem. Sou uma doutora fresca, diriam outros aos risos, pois sou, fresquinha!!!

Esses prefixos todos são interessantes. Sou ex-estudante de doutorado, estou pré-ocupada em ter um emprego e já estou pensando no pós-doc, ou seja, um mandato tampão de emprego, no qual arranja-se uma bolsa via CNPq e continua-se a tentar arranjar um emprego, enquando expande-se o aperfeiçoamento com mais um título, que somado aos outros, só te levam ao centro da cidade com mais R$ 2,75!!!

Brincadeiras com as palavras à parte, essa foi, realmente, uma etapa muito importante da minha vida profissional, e não cabe aqui ficar dsicutindo porque ela teve um começo tardio, pelo menos na área de atuação que escolhi, já que sempre trabalhei desde os 15 anos de idade.

Senti-me realizada na tarde de quinta-feira quando, na pomposa sala chamada de Pantheon, reuniram-se aqueles professores todos que são minhas referências teóricas e bibliográficas e, pronunciaram-se de maneira tão elogiosa a respeito do trabalho que desenvolvi ao longo desses quase 5 anos. Ter uma banca composta por Regina Zilberman, simplesmente, a maior conhecedora de história da literatura sul-rio-grandense, é um privilégio para poucos e eu pude usufruí-lo. E pude mais, pude ouvir da emérita professora comentários extremamente favoráveis sobre minha pesquisa e meu trabalho como historiadora. Sinto-me chancelada.



Os demais professores, Lazzari, Remedi e Guazzelli reiteraram as palavras da professora Regina, aumentando ainda mais o meu contentamento, e a minha sensação de dever cumprido, meu orientador, professor Temístocles, sempre um gentleman, teceu comentários igualmente elogiosos, e fiquei imensamente agradecida porque todos, profundos conhecedores do meu tema de estudo, o analisaram, julgaram e o consideraram aprovado com sobejo, foi uma das palavras que ouvi, entre admirada e feliz, muito feliz e recompensada!

Ver meus filhos assistirem a mãe conquistar um título desses, mesmo que não tenha a pompa da graduação, tem a circunstância do ritual acadêmico, afinal é uma arguição pública, pessoas estão presentes acompanham todo o processo de avaliação, e isso é uma experiência e tanto, por isso, vê-los ali, me acompanhando nesse momento importante, é um verdadeiro presente da vida. Um momento único, que nem eu nem eles jamais esqueceremos.


Compartilhar desse momento de felicidade com pessoas amigas de verdade e companheiras de vida e de histórias vivenciadas é também um grande privilégio. Lá estavam comigo, na torcida, César (que apesar de ex-marido continua a ser “o” companheiro e amigo de todas as horas), Camila, Tati, Ana Celina, Andrea, os colegas, Gabriel e Evandro, mas havia muito mais presentes, porque acredito sinceramente que a ausência física de alguns não impediu sua presença espiritual, pois me enviaram cumprimentos antes e depois do evento em si.







No dia seguinte à Defesa consegui abraços carinhosos de amigos queridos como Felipe Vieira, jornalista, Ivori Scheffer, juiz federal, e Rochele Gallo, farmacêutica, (esses três são meus amigos há mais de 3 décadas). E na bebemoração pude contar com a presença do querido colega e membro da Banca José Remedi, sempre amável e grande parceiro de discussões sobre a literatura sul-rio-grandense do século XIX, do Ivori e da Camilinha que compareceram ao Boteco Imperial para uma cervejinha básica, junto é claro, do César, do Fran e do Cadu.




Tenho sorte de estar sempre cercada de muito carinho por meus amigos. Ivori jantou comigo na noite seguinte a Defesa, conversamos e colocamos em dia as memórias da infância, da
adolescência e da juventude, com um excelente vinho chileno e um risoto à moda da Renata-recém-doutora, Ivori se declarava visivelmente emocionado pela conquista do meu título, sentia-se envaidecido pela amiga butiaense. Com o mesmo sentimento de orgulho recebi o carinhoso abraço de Felipe na tarde seguinte. A Chele me recebeu feliz, na Ars curandi, com um enorme sorriso de quem sabe o preço de tudo isso.



Prosaicamente, na tarde seguinte a Defesa, sem nenhuma aura que denunciasse minha nova titulação, embarquei num ônibus rumo ao centro da cidade, paguei normalmente a passagem e fui abastecer meu cartão estudantil, porque ainda, por sorte, sou aluna de graduação da UFRGS na museologia e tenho direito a passagem estudantil e RU, por enquanto…

4 comentários:

  1. Muito legal! Fico acompanhando tudo, mesmo que à distância. Um grande beijo e parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. obrigada querida, fico muito feliz em saber!! garnde beijo e abraço!

      Excluir
  2. Lendo teu texto..fiquei a imaginar teu momento de realizacao profissional e sem duvida..pessoal!! foi muito bom, poder acompanhar um "pouquito" a conquista de uma amiga..
    Um carinhoso abraco, muito SUCESSO!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querida Diana, fico feliz em saber que posso compartilhar esses momentos tão especiais da minha vida com pessoas, igualmente, especiais. Obrigada pelo apoio e incentivo! grande beijo!

      Excluir