segunda-feira, 4 de junho de 2012

Da Felicidade de sentir-se feliz...



Penso que existem sensações que são tão boas, mas tão boas, que a gente nem acredita que elas podem existir, assim, tão espontaneamente, tão surpreendentemente, e, ao mesmo tempo, tão familiares, tão reconhecidamente íntimas...


A felicidade é uma sensação que se reconhece e se acolhe como um hóspede querido que chega de longe, trazendo novidades e antigas recordações.


A felicidade é a melhor reminiscência que nossa alma guarda, com carinho e cuidado, para recuperar sempre que for solicitada...


Me sinto tão feliz!!!


E a minha felicidade é tão boa porque não está nas mãos de ninguém, a minha felicidade é boa porque eu escolhi senti-la sem medo, sem restrições, a minha felicidade é boa porque não tem medo do imprevisível, do imponderável, porque viver é perigoso, como diria "Rosasbaldo", mas é tão bom esse perigo, é tão bom encontrar parceria para desfrutá-la... é muito bom mesmo!!!


Felicidade é poder pensar que algo é bom antes de ser. É essa crença infantil, não num sentido pejorativo de imaturidade, mas no sentido de pureza, de contato com o que há de mais puro ainda dentro de nós, de que podemos ter o que desejamos desde que queiramos com muita, mas muita força, é quase como acreditar em Papai Noel, sabendo que ele não existe de verdade, mas que nós podemos acreditar no que ele significa de bom... e com isso materializar a sua existência!


É o pensamento mágico!


Sabem o que é um pensamento mágico? devem saber, mas explico mesmo assim, é uma categoria da antropologia utilizada para definir o modo como os povos primitivos se relacionavam com os acontecimentos do cotidiano... se trovejava os deuses estavam enraivecidos, por exemplo...
Aconteceu comigo algumas vezes essa semana a sensação de pensamento mágico...
Não tenho como provar que isso é verdadeiro, isso é uma crença, e crenças não se comprovam, apenas são para quem nelas acredita...


Meu pensamento mágico é tão pueril porque se manifesta quando olho o relógio e os ponteiros estão exatamente um em cima do outro e então penso... será que alguém pensa em mim agora? será que...?
Eu sei que é bobo, admito, mas é tão bom, tão reconfortante, é interessante como tenho "pegado" os ponteiros juntinhos ultimamente.... será?! será?! não sei... mas pode ser... tudo é um campo aberto de possibilidades...


A felicidade também é assumir esse risco de conferir as possibilidades, são tantas, são atemorizantes, e podemos nos negar a elas por medo, ou por cautela, ou por medida preventiva, ou medida provisória... sei lá, são tantos os motivos que temos para nos negarmos às novas experiências...


Nesse quesito fico com um autor que li há alguns bons anos atrás, chamado Leo Buscaglia, e ele escrevia que sem o risco a vida não existe realmente, se temos medo do não nunca saberemos o gosto bom do sim, se temos medo de não ser amados jamais saberemos a felicidade de sê-lo, se não arriscamos não vivemos, adoro esse cara!!!


Acredito que o nosso caminho, a nossa história, a nossa trajetória individual é construída passo a passo, não por determinações, e se elas existem não saberemos nunca também, mas me recuso a pensar em determinismos, porque gosto de pensar que tenho a liberdade de escolher e de ser escolhida, gosto dessa sensação, que nem chega a ser de autonomia, nem chega a ser um livre-arbítrio, já que tudo tem limitações, mas poder escolher, poder optar, poder dizer quero ou não quero é tão libertador... poder reoptar é libertador... poder refazer-se, reinventar-se, rever-se...


Toda a vez que nos aventuramos em terrenos desconhecidos aprendemos mais sobre nós mesmos do que em qualquer situação, sabe disso, ou de como é essa sensação, quem já viajou para um lugar no qual não se domina o idioma e no qual todas as situações são absolutamente imprevisíveis, em que todos os nossos sentidos precisam estar acionados porque precisamos sobreviver, é uma sensação única!


E acabamos descobrindo que temos capacidades que no dia-a-dia comum não precisamos utilizar, aprendemos mais sobre nós mesmos sob o olhar desconhecido...


E eu adoro descobrir-me no duplo sentido da palavra, revelar-me, gosto de ser descoberta, desvelada, decifrada, e como não sou nenhuma esfinge ninguém corre o risco de ser devorado, pelo menos não literalmente.... não prometo nada quanto ao sentido metafórico... já que aprecio deglutir e ser deglutida...


Bora viver, que a vida é pra valer como diria o poetinha, e é bonita, como diria o Gonzaguinha e é única, é só essa, como acreditava Aristóteles, e por isso deve ser honrada, deve ser reverenciada com prazer e com sabedoria... pois, o tempo corre e escorre!!!


Espero conseguir fazer isso!













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